lunes, 4 de abril de 2011

Las islas de Saramago.

Éste ha sido un periodo de pérdidas, aquellas cercanas y dolorosas y aquellas lejanas y sentidas.
Os fuísteis, sin remedio y sin más palabras.

Hace ya mucho que también se fué quien hice que abriera esta nueva etapa de revueltas. Si este blog empieza con un Catorze de Junho, Saramagó nos dejó un 18 de junio. Descansa ahora sobre el lecho de toda su obra. Lecho ilustre, eterno y confortable que creó a cada página escrita. Creaste islas perdidas, desconocidas, nacientes. Islas en las que me perdería por siempre.

Mi retardado homenaje.

NA ILHA POR VEZES HABITADA

Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.

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